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Publicado em 09/07/2025 17:33h
Manguezais, marismas e pradarias marinhas da Amazônia são aliados estratégicos no combate à crise climática global
Em um mundo cada vez mais impactado pelas mudanças climáticas, o conceito de "Blue Carbon" (Carbono Azul) ganha destaque como uma das alternativas mais promissoras na mitigação dos efeitos do aquecimento global. O termo se refere ao carbono capturado e armazenado por ecossistemas costeiros, como manguezais, marismas salinas e pradarias marinhas, presentes em grande parte da região amazônica costeira.
Segundo estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), esses ambientes têm capacidade de capturar até quatro vezes mais carbono por hectare do que as florestas terrestres. Além disso, armazenam esse carbono em seus sedimentos por milhares de anos — o que os torna fundamentais na regulação do clima global.
A Amazônia Azul e o papel do Pará
O Brasil possui o segundo maior cinturão contínuo de manguezais do mundo, e uma parte significativa está na costa do Pará e do Amapá. Essa região integra o que cientistas chamam de Amazônia Azul, onde biodiversidade, produção pesqueira e captura de carbono caminham lado a lado.
Apesar de sua importância, esses ecossistemas vêm sofrendo com o avanço do desmatamento, especulação imobiliária, poluição e obras de infraestrutura que ignoram seus impactos ambientais. Preservar e restaurar essas áreas é, portanto, urgente para garantir não só a captura de carbono, mas também a segurança alimentar e econômica de milhares de famílias ribeirinhas.
Oportunidade estratégica
Além de sua importância ecológica, o Blue Carbon representa uma oportunidade estratégica de financiamento climático para o Brasil. Iniciativas de carbono azul podem atrair investimentos internacionais voltados para conservação e adaptação, contribuindo com as metas do Acordo de Paris e com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Programas de pagamento por serviços ambientais (PSA) e de certificação de créditos de carbono baseados em manguezais e áreas alagadas estão em expansão e podem beneficiar diretamente comunidades amazônicas, desde que implementados com justiça social, transparência e participação local.
A proteção dos ecossistemas costeiros amazônicos é mais do que uma questão ambiental — é uma estratégia global de sobrevivência. Ao reconhecer o valor do Blue Carbon, o Instituto 4mazon reforça seu compromisso com uma Amazônia viva, resiliente e socialmente justa, onde floresta, água e gente coexistem em equilíbrio com o planeta.
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